Em algum reino distante....

- Ele deseja vê-lo, Majestade!
- Quem, o jovem artista?
- Sim, mi Lord! Deixo entrar?
- Não seja tolo, Gusmão. É um artista, um romântico. Deve ter vindo mostrar-me outro poema. Seria mais fácil ter dormido com um simples camponês, mais fácil de conquistar e muito mais para descartar.
 Um estridente som cortou o salão e a porta de ferro se escancarou, deixando a vista apenas uma silhueta que avançava de forma calma e ritmada como se não fosse capaz de ter provocar tamanho barulho

- Meu amor!!!!
- Penso que esperava tempo demais para ser recebido por meu Rei.
- O que queres? Sentiu saudade do meu corpo ou veio me presentear com um lindo poema, escrito nessa madrugada fria em que passou sentindo minha falta?
- Vim agradecer!
- Porte amar?
- Não! Por entender a diferença entre mim e um simples camponês, confesso que me sinto constrangido,por não saber distinguir vossa majestade de um equino.
- Como ousa...
- Vossa majestade possui a beleza das mais belas flores do nosso reino, o encanto das mais belas músicas já tocadas e a tolice de um narciso.
Achastes mesmo que meu coração era um terreno conquistado?
Não, digo? Tolo....
- Não tens o direito de invadir...
- Lhe ofereci amor, não por pena, por amar mesmo.  Você sabe conquistar, sabe dizer o que uma pessoa quer ouvir, mas comigo, esse tipo de estratégia não funciona. Na noite em que fostes gentil comigo, não permitiu que me aventurasse em meu caminho de volta e desafortunadamente, nos deitamos. Vi em você um homem, o homem que poderia ser a inspiração que tanto busquei, mas o que és além de um rei?
Tu sabes melhor a resposta! Vive umbigado como o centro do mundo e manipulando quem está a sua volta.
- Perdestes seu precioso e desocupado tempo para vir a meu castelo para banharme com a sua sabedoria intelectual? Pensas que me ofendes?
HAHAHAHA Ridiculo!
- Não! Vossa majestade tinha razão, sou um romântico, vim lhe trazer um poema. O poema da solidão que se resume por seu futuro. Sozinho, velho, sem beleza o bastante que nem todo o dinheiro do mundo fará com que tenha alguém para segurar sua mão, isso se não for assassinado por uma provável rainha, um conto antigo, mas muito atual ainda.
- Maldito! Estás a rogar-me uma praga?
- Não preciso! Você se amaldiçoou e estás condenado a viver entre as coisas banais da vida. Grandes festas, lindas pessoas, riqueza e quem sabe uma grande família que talvez seja sua salvação. Seus filhos, se assim conseguir criar com a simplicidade de um simples camponês e ver o que talvez , um dia, um jovem artista viu.

- Chega! O que queres? Já disse o que queria, ponha-se pra fora do meu castelo.
- Dizer-te que me fez mais feiz que um simples camponês, mas seu egoísmo , mais uma vez, te impede de viver o que poderia ser de verdade. Venho me despedir, vou viver um grande amor que está para chegar com respeito, carinho e companheirismo. Dois, como devem ser as relações em geral, onde só a pessoa importa...para o outro.

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